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Histórico Pau Brasil

 

A espécie Caesalpinia echinata Lam., mais popularmente conhecida como Pau Brasil, ou ainda Ibirapitanga, como era chamada pelos índios, teve a sua exploração atrelada ao início da colonização do Brasil, sendo a primeira fonte de lucro obtida pela coroa portuguesa. A madeira do Pau Brasil apresentava um corante vermelho de grande valor econômico, denominado brasilina, muito útil para tingir tecidos, e que, por este motivo, ganhou grande notoriedade na Europa.

 

Antes do Pau Brasil, usava-se outra espécie de origem oriental chamada de Bresil ou Bersil (Caesalpinia sappan L.) e dela se extraía um corante avermelhado parecido com a brasilina, mas de qualidade inferior. Daí veio a origem do nome Pau Brasil, os que a comercializavam eram chamados de brasileiros, e a sua região de origem, anteriormente chamada de Terra de Santa Cruz, ficou conhecida como Brasil.

 

Durante 375 anos a madeira de Pau Brasil foi explorada e exportada para Europa sem nenhum controle, pois para os portugueses a espécie era uma riqueza inesgotável. Estima-se que só no primeiro século de exploração, foram devastadas cerca de 2 milhões de árvores. Apenas com o advento do corante sintético e o quase esgotamento da árvore, o seu comercio diminui, continuando ainda por mais alguns anos.

 

Na época do descobrimento, o Pau Brasil era encontrado na faixa litorânea banhada pelo oceano Atlântico, compreendendo os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

 

O Pau Brasil é uma espécie endêmica encontrada somente na floresta da Mata Atlântica. A sua importância nacional está comprovada no seu nome, no qual originou o nome do nosso país. Por este e outros motivos, a Lei n. 6.607 de 07/12/1978 instituiu o Pau Brasil como a árvore nacional e a data 3 de maio como seu dia. O Ministério do Meio Ambiente, criou através da portaria 320 o Programa Nacional de Conservação do Pau-brasil, formalizando a atuação do Governo com relação à espécie.

Pau Brasil e os arcos de violino

 

Nos dias atuais, o Pau Brasil ainda tem grande valor comercial sendo muito utilizado na confecção de arcos de violino. Os músicos afirmam que entre todos os tipos de madeira, o Pau Brasil é o único que reúne todas as características necessárias como ressonância, durabilidade, densidade, beleza, extensão da curvatura e as melhores qualidades tonais.

 

Muito conhecida internacionalmente como Pernambuco Wood ou Bois de Pernambuc, a madeira do Pau Brasil foi consagrada como a mais apropriada para a fabricação de arcos de violino pelos irmãos Tourte no século 18. A alta resiliência da madeira é uma das suas principais características, possuindo uma grande capacidade de elasticidade voltando a sua forma original mesmo depois de sofrer deformação.

 

Com o Pau Brasil, a música clássica na Europa deixou de ser ouvida somente em lugares pequenos e fechados, para ganhar os grandes teatros e as ruas, dando luz aos grandes espetáculos. Sem ele, muitos músicos talentosíssimos não teriam feito sucesso e marcado os seus nomes na história.

 

Infelizmente, o comércio ilegal do Pau Brasil continua mesmo sendo uma espécie em extinção e protegida por lei. Sua venda é feita muitas vezes para países europeus como França e Alemanha, tendo como objetivo principal a confecção de arcos. Por causa da sua importância, no ano de 2000 os fabricantes de arcos de violino decidiram destinar 2% da sua receita em prol do Pau Brasil, em 5 anos foram plantadas 500 mil mudas.Para o arco de violino, a madeira do Pau Brasil é única e inigualável.

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